sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Chimarrão: queda do consumo durante a pandemia

 Crise, calor, mudança de hábitos: por que o consumo de chimarrão caiu 15% no RS




Setor ligado a uma das principais tradições gaúchas sofre com seca e queda de demanda.

Uma das principais tradições gaúchas, o consumo de chimarrão passou a enfrentar um cenário amargo nos últimos meses no Rio Grande do Sul. No ano passado e no começo de 2022, a indústria do setor estima um recuo de até 15% nas vendas do mate devido a uma combinação entre perda de poder de compra dos consumidores, calor acima da média e mudanças de hábito, como o desmanche das rodas de chimarrão em razão da pandemia de coronavírus e a adoção de cuias menores e mais econômicas.

Na primeira onda da covid-19, quando a crise econômica ainda não havia se agravado e mais pessoas se isolavam em casa, comprando pacotes para consumo individual, as vendas de erva chegaram a crescer cerca de 20%. Desde então, índices altos de inflação e desemprego passaram a esvaziar os bolsos – e as cuias – da população.

— A grande maioria de quem consome o chimarrão é de classe média e baixa. Com o avanço da pandemia e da crise econômica, muitas pessoas começaram a cortar itens da lista do mercado. Ao terem de escolher entre comprar arroz ou erva-mate, escolhem o arroz — exemplifica o presidente do Sindicato da Indústria do Mate (Sindimate) no Estado, Álvaro Pompermayer.

A entidade não dispõe de dados consolidados e tabulados referentes ao período, mas a estimativa oficial é de um recuo de 10% a 15% no mercado interno ervateiro.

— Se o padrão de consumo no Rio Grande do Sul costuma ficar em torno de 100 mil toneladas ao ano, em 2021 isso ficou até 15 mil toneladas abaixo — complementa o dirigente.

Outros fatores se somam à falta de dinheiro na carteira. A volta ao trabalho presencial não foi acompanhada, por razões de saúde, pela retomada do compartilhamento do mate com os colegas de serviço.

— Em qualquer repartição a que se chegava, tinha um chimarrão. Não podendo compartilhar a bomba (devido ao coronavírus), isso parou. Fica até uma situação meio constrangedora fazer um mate e não compartilhar com os colegas — avalia o presidente do Instituto Brasileiro da Erva-Mate, Alberto Tomelero. 

Aí entra outra mudança cultural imposta pela combinação entre covid-19 e penúria financeira sobre a tradição. Parte dos gaúchos que não abre mão do mate passou a dar preferência a cuias menores, que demandam menos erva.

— Hoje, 80% das nossas vendas são de cuias pequenas. Antigamente, respondiam por apenas 20%. As pessoas preferiam as cuias grandes, em que se coloca bastante erva. Mas isso mudou — afirma o comerciante Adão Pacheco, da Casa da Erva-Mate, localizada no Mercado Público na Capital.

Nas lojas especializadas, há relatos de queda ainda mais significativa no movimento. Atendente da Banca 25 do Mercado há 11 anos, Jaqueline Vargas revela que o fluxo de clientes em busca não apenas de erva-mate, mas outros apetrechos, como cuia ou bomba, diminuiu quase pela metade.

— Hoje (segunda-feira), por exemplo, faz duas horas que não entra ninguém na loja. Isso nunca acontecia. Todos os dias, mudamos os produtos em exposição para tentar atrair mais gente — diz Jaqueline. 

Até o calor excessivo dos últimos meses é apontado como outro fator prejudicial para a mateada. Em janeiro, o Estado registrou 14 dias consecutivos de temperatura máxima acima dos 40°C, em uma situação pouco comum mesmo nos meses mais quentes do ano. 

— O excesso de calor também impacta no consumo. Percebemos que o pessoal desanima um pouco de tomar chimarrão — concorda o presidente do Sindimate. 

Indústria discute como atrair novos consumidores

A baixa nas vendas da erva-mate tem levado representantes de entidades do setor a discutir estratégias de como recuperar o terreno perdido nos últimos meses. Uma das possibilidades em avaliação é lançar uma campanha de marketing para estimular o consumo do produto, de preferência, entre pessoas com perfil menos afeito ao hábito do chimarrão. 

 — A cadeia da erva-mate não tem feito um trabalho adequado de divulgação. Podemos, por exemplo, focar no público mais jovem. Outras opções são tentar oferecer um outro tipo de cuia, uma garrafa menor que facilite o preparo e o consumo da bebida, por exemplo. Precisamos começar a pensar em alternativas — afirma o presidente do Ibramate, Alberto Tomelero.

O dirigente diz não ver um cenário muito propício a uma recuperação imediata do setor, já que as más condições financeiras da população e a presença do coronavírus não devem sumir no futuro próximo. E, como a seca prejudicou pelo menos 10% das plantações, existe a possibilidade de um aumento de preços – o que seria ainda mais prejudicial às vendas.

— A folha ficou mais desidratada, perdeu cor e, ao processar, a erva fica um pouco mais amarelada e forte. A tendência é de que a erva de boa qualidade, que começa a ser disputada pela indústria, aumente de preço — avalia Tomelero.

Para o representante do Sindimate, Álvaro Pompermayer, porém, a redução do consumo pode compensar a quebra de safra e manter o preço dos pacotes mais ou menos equilibrado.

Para os produtores rurais, a situação foi amenizada em parte porque a Argentina (também afetada por secas) passou a importar parte da produção gaúcha nos últimos dois anos. Mas isso não ajuda quem depende da força do mercado interno, como as indústrias e os comerciantes. 

O dirigente do Ibramate lembra que cerca de 14 mil famílias gaúchas dependem diretamente do plantio da erva-mate, mas toda a cadeia ligada ao chimarrão envolve cerca de 100 mil pessoas, que, nos últimos meses, amargam um cenário não muito favorável.

FONTE: Zero Hora, 07/09/2021. 
Disponível em:
https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/giane-guerra/noticia/2021/09/apos-alta-no-inicio-da-pandemia-consumo-de-erva-mate-cai-ate-40-ckta3n3fp001g013b78y4vr3z.html

Com a colaboração da nossa ex-chinoca regional, Sandra.

Geografia do Rio Grande do Sul: Os quatro municípios

Em 1809, o Rio Grande do Sul tinha apenas 4 municípios. Veja quais:


 Há 210 anos, quando o Rio Grande do Sul recém fora elevado à condição de capitania geral, denominada Capitania do Rio Grande de São Pedro do Sul, e teve nomeado Diogo de Souza como governador e capitão-general, um alvará assinado por ele em 1809 estabeleceu a primeira divisão administrativa no território que, depois de tantas disputas entre as coroas portuguesa e espanhola, começava a tomar a forma que mantém até hoje. O alvará, conforme a grafia da época, determinou que a capitania fosse dividida em quatro municípios:

Porto Alegre – Com as parochias de N.S. Madre de Deus, N.S. da Conceição de Viamão, N.S. dos Anjos da Aldeia, Bom Jesus do Triumpho.

Rio Grande – Com as parochias de S. Pedro do Rio Grande, N.S. da Conceição do Estreito e S. Luiz de França das Mostardas.

Santo Antonio da Patrulha – Com as parochias S. Antonio da Patrulha, N.S. da Conceição do Arroio e N.S. da Oliveirada Vaccaria.

Rio Pardo – Com as parochias de N.S. do Rosário de Rio Pardo, Santo Amaro, S. José de Taquary e N.S. da Conceição da Cachoeira.

Com o passar dos anos, outras divisões administrativas foram ocorrendo, à medida em que emancipações eram efetivadas e novos municípios iam sendo fundados pelos desbravadores dos rincões gaúchos. 

Essa evolução, com o surgimento de novas sedes municipais, acentuou-se, sobretudo, na segunda metade do século 19, quando a economia baseada na pecuária já se encontrava em processo de estagnação e a chegada de imigrantes europeus para povoar e colonizar novas áreas tornou-se presente.

Atualmente, numa área de 281.730,2 km², o Estado do Rio Grande do Sul é divido em 497 municípios, com população de 11.329.605 milhões e densidade demográfica de 39,8 habitantes/km², de acordo com dados do IBGE e do governo do Estado. 

FONTE: Almanaque ZH, 08 janeiro 2019

Para saber mais:

Porto Alegre histórica

Rio Pardo: História e roteiro turístico

Rio Grande

Santo Antonio da Patrulha

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

História e Geografia do Brasil

 


Um vídeo fantástico onde podemos visualizar a evolução do território brasileiro, desde o descobrimento. Podemos ver as capitanias hereditárias, os tratados de Tordesilhas e de Madri, a formação dos estados. 

Reparem na Colônia do Sacramento, e como o Rio Grande do Sul incorporou-se tardiamente no território do Brasil. 

No canto inferior direito, o ano dos tratados e das mudanças. 

Evolução Territorial do Brasil


Saiba mais:

https://realidadesimulada.com/simulacao-impressionante-mostra-a-evolucao-territorial-do-brasil/

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Mitos e Lendas: a Lenda do Caverá

 




    O Caverá é uma região na fronteira-oeste do Rio Grande do Sul, ouriçada de cerros, que se estende entre Rosário do Sul e Alegrete. Na Revolução de 1923, entre os maragatos (os revolucionários) e os chimangos (os legalistas) o Caverá foi o santuário do caudilho maragato Honório Lemes, justamente apelidado "O Leão do Caverá".
    Diz a lenda que a região, no passado, era território de uma tribo dos Minuanos, índios bravios dos campos, ao contrário dos Tapes e Guaranis gente mais do mato. Entre esses Minuanos, destacava-se a figura de Camaco, guerreiro forte e altivo, mas vivendo uma paixão não correspondida por Ponaim, a princesinha da tribo, que só amava a própria beleza...
    Os melhores frutos de suas caçadas, os mais valiosos troféus de seus combates, Camaco vinha depositar aos pés de Ponaim, sem conseguir dela qualquer demonstração de amor.
    Um dia, achando que lhe dava uma tarefa impossível, Ponaim disse que só se casaria com Camaco se ele trouxesse a pele do Cervo Berá para forrar o leito do casamento. O Cervo Berá era um bicho encantado, com o pelo brilhante - daí o seu nome. O mato era dele: Caa-Berá, Caaverá, Caverá, finalmente.
    Então Camaco resolveu caçar o cervo encantado. Montando o seu melhor cavalo, armado com vários pares de boleadeiras, saiu a restrear, dizendo que só voltaria depois de caçar e courear o Cervo Berá.
    Depois de muitas luas, num fim de tarde ele avistou a caça tão procurada na aba do cerro. O cervo estava parado, cabeça erguida, desafiador, brilhando contra a luz do sol morrente. Sem medo, Camaco taloneou o cavalo, desprendeu da cintura um par de boleadeiras e fez as pedras zunirem, arrodeando por cima da cabeça.
    Então, no justo momento em que o Cervo Berá deu um salto para a frente quando o guerreiro atirou as Três Marias, houve um grande estouro no cerro e uma cerração muito forte tapou tudo. Durante três dias e três noites os outros índios campearam Camaco e seu cavalo, mas só acharam uma grande caverna que tina se rasgado na pedra dura do cerro e por onde, quem sabe, Camaco e seu cavalo tinham entrado a galope atrás do Cervo Berá para nunca mais voltar.
    João Cezimbra Jacques conta esta mesma lenda em "Assuntos do Rio Grande do Sul", mas dá um nome guarani a índia, chamando-a de "Nhuivoty", que quer dizer "campo das flores", acrescentando ainda, que ela já era casada com o personagem principal da história.
    PAULO MENA PESQUISADOR
    Fonte de consulta: www.almanaquenilomoraes.blogspot.com de Nilo da Silva Moraes.
    Fonte: Campereando a História Gaúcha.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Povos formadores: Os primeiros povos formadores do Rio Grande do Sul

 Povos formadores do Rio Grandes do Sul





O Primeiro grupo são os BIRIVAS: assim chamados os paulistas, paranaenses, mineiros ou riograndenses descendentes destes. Geralmente tropeiros ou bandeirantes, andavam em mulas, com longas botas russilhonas, chapéus de abas largas e um poncho azul de baeta vermelha.

Em São Paulo esse tipo cultural era denominado "caepyra".

Eles chegaram nessa região a partir de 1680 e 1715 com a fundação de Sacramento e Laguna para comerciar couro e conduzir gados para os Portugueses.

Vindo a se estabelecer na região, principalmente no norte riograndense a partir da abertura do Caminho de Viamão entre 1720-1735.


Logo a seguir temos os GAÚCHOS: o mais famoso e conhecido povo riograndense. É grupo étnico de muitas influências que acabou por possuir um caráter singular. Com origens nas missões jesuíticas, nasce no meio dos conflitos e da influência de Portugal e Espanha. tomando rumo próprio, e que com o tempo sofreu inúmeras outras influências, principalmente com os portugueses açorianos, os birivas, platinos-espanhóis e os indígenas pampeanos.

Vagueando entre Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina. Esse tipo cultural começou a ser conhecido como gaúcho primitivo a partir de 1750.


No terceiro grupo temos os AÇORITAS: ou Açorianos, são portugueses chegados principalmente a partir de 1752, para povoar todo o território atual Riograndense, com o Tratado de Madrid, foram convencidos a se estabelecer na região através de Sesmarias, foram importante estancieiros, charqueadores e políticos.

Se estabelecendo na região principalmente para afastar os espanhóis do território português. Os Açorianos se espalharam por todo o Rio Grande do Sul, mas foi na região costeira que deixou suas marcas culturais mais profundas.


Fonte: João S. de Camargo, em História do Brasil - Facebook

Colaboração da nossa eterna Cultural Laureana de Oliveira e do jornalista Cauê Nascimento

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Sepé Tiaraju: "Esta terra tem dono!"

 



7 de fevereiro de 1756, data da morte Sepé Tiaraju.
     “Ogué! Co iví recó jará!!!” Fora! Esta terra tem dono!!!). Com esse histórico grito, Sepé Tiaraju e sua gente avisaram aos europeus brancos, invasores destas terras, que elas já tinham dono – que eles as haviam recebido de Tupã (Deus), por intermédio de São Miguel. Assim eles gritaram em vários outros momentos.
    No dia 7 de fevereiro de 1756, o valente Sepé Tiarajú foi morto nas cabeceiras da sanga da Bica, no município de São Gabriel, distante das tropas , Sepé Tiarajú e mais alguns índios toparam com uma tropa do governador de Montevidéu, Coronel José Joaquim Viana. Sepé lutava com muita bravura, mas seu cavalo meteu uma pata num buraco, tropeçou e caiu. Pendurado nas crinas do animal ele tentou se reerguer, momento que uma lança atingiu o herói indígena.
     J.J. Viana vendo-o tombado com vida não prefere ter Sepé como prisioneiro. Sacou da garrucha e detonou mortalmente.

fontes: sr. Olegar Fernandes Lopes e jornalista Cauê Nascimento

PARA SABER MAIS:
Neste vídeo, até 2'50"

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Gaúchos pelo mundo: Associação Sol do Sul ( Paris)

 Você sabia que existe uma associação de gaúchos que moram na França? Eles fazem inclusive apresentações das nossas danças, e ajudam a difundir a cultura gaúcha no Velho Mundo. Muito legal, não é mesmo?



É a associação "Sol do Sul". Quer saber mais? Acesse o link da associação: página da associação Sol do Sul e satisfaça sua curiosidade!

A página está em francês e português. 

Chimarrão: queda do consumo durante a pandemia

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