segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Indumentária: História da Pilcha Feminina

 


Nem vou escrever nada. Esse trabalho já foi feito, de forma didática e resumida por Cleici Naira Rios Reolon e Natalie Pacheco Oliveira. Um trabalho de pesquisa imperdível: 


A MODA DO VESTIDO DE PRENDA: DO SURGIMENTO ATÉ OS DIAS ATUAIS.

Cleici Naira Rios Reolon Natalie Pacheco Oliveira

RIHGRGS, Porto Alegre, n. 157, p. 175-196, dezembro de 2019

trabalho Indumentária Feminina


Acessórios da Pilcha: Os fichus

Mas, o que é o fichu?


Pela definição do dicionário Oxford:

"espécie de abrigo, de tecido leve e formato triangular, com que as mulheres cobrem a cabeça, pescoço e ombros."

Assista esse excelente vídeo da professora Edineia Pereira:

Vídeo Fichu

Para saber mais:


Tabela do trabalho científico sobre moda de Vivian Orsi, Revista Linguagem em Foco, disponível em 

Moda: O fichu



quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Tradicionalismo: A primeira Semana Farroupilha

 Texto muito bem escrito pelo jornalista Cauê Nascimento.


Num ambiente em que a sociedade negava hábitos, costumes e tradições gauchescas, ressurge o sentimento de orgulho das coisas tradicionais que, a rigor, naquele momento só tinham algum destaque quando a Brigada Militar reverenciava a figura do General Bento Gonçalves da Silva, em solenidade que realizava a cada 20 de setembro em frente ao monumento erguido na Av. João Pessoa, em Porto Alegre.  No mês de agosto de 1947, alguns estudantes do Colégio Júlio de Castilhos de Porto Alegre, liderados por João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes, fundaram um Departamento de Tradições Gaúchas, junto ao Grêmio Estudantil.  O Departamento destinava-se a estimular o desenvolvimento cultural, por meio de reuniões sociais recreativas.  Era um movimento estudantil com alunos de diversas camadas sociais e segmentos étnicos, que levantava-se em favor das tradições.  O objetivo era achar uma trilha diante da perda da fisionomia regional; combater a descaracterização; reagauchar o Rio Grande. Em suma: procuravam a identidade da terra gaúcha.  Aprovada a idéia, o Grêmio Estudantil do "Julinho", enviou a Imprensa da Capital, um comunicado, cujo primeiro parágrafo dizia: "O Grêmio Estudantil Júlio de Castilhos, sentindo a necessidade da perpetuação das tradições gaúchas, fundou, aliando aos seus já numerosos Departamentos, o das Tradições Gaúchas, procurando assim, preservar este legado imenso dos nossos antepassados, constituído do amor à liberdade, grandeza de convicções representadas pelo sentimento de igualdade e humanidade".   No Departamento de Tradições Gaúchas do Grêmio estudantil Júlio de Castilhos decidiram realizar a "1ª Ronda Gaúcha", que logo passaria a ser chamada de Ronda Crioula. Esta iniciou no dia 7 de setembro, com uma programação que se estendeu até o dia 20 daquele ano de 1947.  O programa previa o acendimento de um Candeeiro Crioulo, o primeiro baile gauchesco que aconteceu no Teresópolis Tênis Club, no dia 20 de setembro à noite, concursos de trajes regionais, palestras, concurso literário e uma série de momentos eqüestres.  A decoração do local era feita de apetrechos campeiros (laços, guampas, pelegos, ninhos de João-de-Barro) além de um fogo-de-chão, onde se esquentava água para chimarrão e assava-se uma carne.  Participam como convidados especiais o jornalista e escritor Manoelito de Ornellas e o desenhista de motivos campeiros e declamador gauchesco, Amândio Bicca.  A eles coube julgar os gaúchos e as prendas mais tipicamente vestidos, sendo que a presença do ilustre historiador Manoelito de Ornellas, no baile, causou forte impressão ao proferir um inflamado discurso às causas regionalistas, manifestando sua crença naqueles jovens e nos objetivos a que se propunham alcançar.  À beira de um verdadeiro fogo-de-chão, mateando e tomando café-de-chaleira, Barbosa Lessa ventilou a idéia de fundar uma agremiação civil gauchesca. Iniciava-se aí o tradicionalismo como força viva popular.  Esta Ronda Crioula foi, na verdade, a precursora da Semana Farroupilha, oficializada somente 17 anos mais tarde, através da Lei Estadual 4.850, de 11 de dezembro de 1964.  Paixão Côrtes, que dirigia o Departamento foi procurar o Presidente da Liga de Defesa Nacional e disse-lhe que gostaria de retirar uma centelha do Fogo Simbólico da Pátria no momento da sua extinção no dia 7 de setembro e transportá-la até o Colégio Júlio de Castilhos.  Lá acenderia um candeeiro típico, num altar cívico como parte das comemorações da Ronda Gaúcha, no que foi autorizado.  Naquele ano de 1947, a Liga de Defesa Nacional, presidida pelo Major Darci Vignoli incluiu na programação alusiva à Semana da Pátria, a transladação dos restos mortais do General Farroupilha David Canabarro, de Sant’Ana do Livramento para o Panteão da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre.  Para este acontecimento tão importante, entendeu o Major Vignoli que era do maior significado cívico que a guarda de honra fosse composta por uma representação de gaúchos tipicamente trajados, que traduzisse a alma da terra e o espírito farroupilha.  Pessoas que lembrassem os tempos gloriosos dos nossos estancieiros e suas peonadas, que enfrentaram durante 10 anos todo o Império.  Diante da inexistência de uma representação com estas qualidades, o Presidente da Liga solicitou ao Departamento de Tradições do "Julinho" um piquete de gaúchos para montar guarda à urna com os restos mortais do grande Herói Farrapo.  Com muito custo Paixão conseguiu mais cinco jovens para a empreitada, totalizando oito componentes.  Estava formado o Piquete da Tradição, grupo esse que passaria para a história, no 1º Congresso realizado em julho de 1954 em Santa Maria, quando foi batizado como o "Grupo dos Oito". Próximo da meia-noite do dia 7 de setembro de 1947, os jovens, João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes, Cyro Dutra Ferreira e Fernando Machado Vieira, devidamente montados, aguardavam junto a Pira. Chegando o momento da extinção do Fogo Simbólico da Pátria, foram chamados para a retirada da centelha, conforme haviam acordado. Paixão Côrtes subiu ao topo da Pira com um archote improvisado, feito de estopa embebida em querosene presa a ponta de um cabo de vassoura e solenemente acendeu aquela que seria a primeira Chama Crioula. Dali, os três cavaleiros, conduziram a galopito a centelha até o "Julinho", onde acenderam o Candeeiro Crioulo.



Para saber mais:

O grupo dos Oito

Vídeo do MTG - o grupo dos oito

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Tradicionalismo: A origem do Hino Tradicionalista

 Postagem feita pela Laureana Oliveira!

 43° Congresso Tradicionalista Gaúcho:


No 43° Congresso Tradicionalista, realizado em 1998, em Santa Cruz do Sul, foi aprovado o Hino Tradicionalista com letra e música de Luiz Carlos Barbosa Lessa.

Lessa, em correspondência à Mário Mattos, manifesta sua fascinação em relação à misteriosa simbologia da "Salamanca do Jarau", na versão de João Simões Lopes Neto.


Segundo Barbosa Lessa, "É realmente admirável na medida em que transforma o centro geodésimo do Cone Sul, numa síntese mitológica de todos os cones que convergiram para o Pampa. Mas, um dos maiores mistérios do Jarau reside na pouca repercussão que tem obtido dentre as camadas mais populares. O que será que está havendo? Então, dou minha contribuição, com vistas ao público tradicionalista, onde espero suscitar indagações como: O que é Salamanca? Quem é Blau? De alma forte e coração sereno, aqui vou cantar."


O Hino foi adotado pela CBTG no ano de 2003. 

Luiz Carlos Barbosa Lessa, nasceu em Piratini, em 1929 e faleceu em Camaquã, em 2002. Foi folclorista, escritor, músico, advogado e historiador gaúcho. Além de se dedicar à implantação do tradicionalismo, passou a pesquisar a música regional. 


Fonte: Caderno Piá 2014 e MTG - 50 anos de preservação e valorização de cultura gaúcha.


Texto: Prendas Mirins do Rio Grande do Sul 2021/2022



Confira a letra do Hino Tradicionalista:


Hino Tradicionalista

Eu agradeço a Salamanca do Jarau
Por me ensinar o que aprendeu do velho Blau
Com alma forte e sereno coração
Achei meu rumo pra sair da escuridão
Vi uma luz que se tornou fogo de chão
Sorvi a luz no ritual do chimarrão
E descobri que é a cordialidade
Que nos conduz à real felicidade
Avante, cavaleiro mirim!
Em frente, veterano peão!
Lado a lado, prenda e prendinha!
Todos juntos dando a mão
Avante, seguindo os avós!
Em frente, trazendo os piás!
Coisa linda é se ver gerações
Convivendo em santa paz
E dá uma gana de sair dançando
Ou gritando com força juvenil
Viva a tradição gaúcha
Dos campeiros do Brasil
Vi uma luz que se tornou fogo de chão
Sorvi a luz no ritual do chimarrão
E descobri que é a cordialidade
Que nos conduz à real felicidade
Avante, cavaleiro mirim!
Em frente, veterano peão!
Lado a lado, prenda e prendinha!
Todos juntos dando a mão
Avante, seguindo os avós!
Em frente, trazendo os piás!
Coisa linda é se ver gerações
Convivendo em santa paz
E dá uma gana de sair dançando
Ou gritando com força juvenil
Viva a tradição gaúcha
Dos campeiros do Brasil
Viva a tradição gaúcha
Dos campeiros do Brasil

Para ouvir o Hino Tradicionalista

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Mitos e Lendas: a Noiva da Lagoa dos Barros

 Vocês sabem a diferença entre MITO e LENDA?

MITO: Os mitos são caracterizados por personagens e eventos mágicos que não podem ser comprovados como verdadeiros.

LENDA: A lenda é uma narração escrita ou oral, na qual os fatos históricos foram modificados pela imaginação popular ou pela imaginação poética. 

Vamos falar sobre a lenda da Noiva da Lagoa dos Barros. 



A lenda surgiu sobre um fato real, ocorrido em 1940, que abalou a sociedade porto-alegrense na época. 

Em 1940, uma moça foi assassinada por seu ex-namorado , e seu corpo foi jogado na Lagoa dos Barros. Após investigação policial, foi achado o corpo da moça, Maria Luiza, perfeito e sem sinais de decomposição, mesmo após vários dias submerso. 

Vários livros foram escritos sobre esta lenda, baseados no fato histórico (perícia, processo criminal, notícias dos jornais da época), "aumentados" pelas tradição oral. 

Reportagem da Zero Hora, com entrevistas com os habitantes ao redor da lagoa:

reportagem ZH

Reportagem especial do TJRS:

Reportagem TJRS

Reportagem da ZH sobre a descoberta dos documentos do crime, em 2019:

Descoberta dos documentos

Live mais completa, com análise de historiadores e criminalistas:

live do Centro Cultural da Santa Casa

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Acessórios da pilcha: Os camafeus

 Reproduzo reportagem produzida pelo jornal Zero Hora, colunista João Pulita.

Esta reportagem pode ser acessada pelo link (apenas assinantes):

Reportagem ZH Camafeus


Objetos que realçam o valor da arte: o camafeu e sua história

Integrante da Confraria das Artes da Serra Gaúcha, Vera Menegotto Vanin, mostra com exclusividade sua predileção pelos camafeus

    Para discorrer brevemente sobre o surgimento e a representação do camafeu, adorno que ganha merecida evidência não apenas nos trajes de releituras das candidatas ao título de soberanas da Festa da Uva, mas que há muito, elegantes personalidades femininas da Serra gaúcha elegeram como elemento de estilo na composição de looks, a coluna foi conversar com Vera Menegotto Vanin, uma apaixonada confessa pela peça símbolo de sofisticação que seguramente combina com o guarda-roupa dela e seu estilo de vida. Ela se vale do camafeu não apenas para realçar um modelo mas pelo valor artístico e histórico que ele representa. A mais literal referência de Vera é de sua bisavó materna, Olívia Mendonça Vieira, de descendência espanhola, que sempre compunha as vestimentas para revelar sua distinção. O camafeu (do latim cammaeus) significa “pedra esculpida”, e de alguma forma é elaborado a parir de uma técnica precisa de escultura pela necessidade da minúcia dedicada ao modo de tornar uma figura em alto ou baixo relevo, valorizando a existência de camadas sobrepostas de diferentes colorações e transformadas em broches, pingentes e brincos. Quando surgiu, na Alexandria, por volta do ano 300 a.C., o camafeu era produzido a partir da ágata, do ônix e da sardônica, e continha imagem de deuses, cenas mitológicas e, claro, o busto de figuras femininas. Vera conta que, em suas viagens mundo afora, sempre foi uma curiosa sobre o tema, e até hoje garimpa lugares de produção e museus que desvendam coleções de seus objetos de desejo, e que fazem brilhar seus olhos em encantamento.

Entre algumas surpresas, conheceu o berço que pertenceu a Vittorio Emanuele, último rei da Itália, uma peça clássica toda ornamentada de camafeus e que atualmente pode ser apreciada pelos visitantes do Palácio Real de Reggia di Caserta, em Nápolis. A obra, esculpida por diferentes tipos de conchas e corais, revela uma criação curiosa que instiga muitos apaixonados por arte a engendrar no museu que exibe tamanha preciosidade artística.

Até o século XIX, as peças eram utilitários decorativos e os mestres gravadores produziam elmos, capacetes, punhos de espada e até peitorais de armaduras, além dos broches que denotavam altivez às mulheres que os ostentavam.

Até Napoleão Bonaparte, líder político francês, que viveu entre 1769 e 1821, outra figura histórica, chegou a fundar uma escola para ensinar a arte da produção de camafeus às jovens aprendizes.

Em um tour pela Grécia, Vera encontrou uma reprodução dos famosos ovos de joalheria, verdadeiras obras-primas criadas por Peter Carl Fabergé e seus assistentes, entre os anos de 1885 e 1917, e eram destinadas aos czares da Rússia, que, por sua beleza, ganharam todo o tipo de réplica. Mas este era particularmente lindo aos critérios dela, uma vez que a peça ganhava contornos de camafeus. Foi parar em um aparador de sua casa e incrementa outra de suas coleções. Não há viagem em que ela percorra sem mapear um roteiro relacionado aos camafeus em museus que retratam peças icônicas, tal qual as que pertenceram a grandes nomes como a Rainha Vitória do Reino Unido (1819-1901), que tinha uma predileção pelas delicadas imagens e até ditou moda entre a mulheres que usavam os broches em blusas, vestidos ou aplicado em uma fita em volta do pescoço.

Outra aristocrata que possuía uma coleção imensurável de camafeus produzidos com o rigor da época, foi Catarina II, a Grande, Imperatriz da Rússia entre os anos de 1762 e 1796. O acervo expressivo da peça que a soberana colecionava está preservado no Palácio de Catarina, localizado na cidade de Tsarskoye, na Rússia, em que Vera teve acesso em mais de uma de suas incursões pelos paraísos das artes no Velho Mundo.

Outras duas relíquias que nossa entrevistada guarda com peculiar cuidado são os camafeus chineses esculpidos em baixo relevo sobre pedra jade, que ela transformou em colares. Um deles modelou em formatos torsades e cabochon.

As peças da coleção de Vera Vanin garimpadas pelo mundo foram transformadas em acessórios graças ao talento do ourives caxiense Raymundo Pzzi, que desenvolvia os modelos emoldurados bem ao gosto da colecionadora. Como integrante da Confraria das Artes da Serra Gaúcha, Vera tem cada vez mais voltado suas atenções à história e às impressionantes criações que transcendem o tempo.









Para saber mais: Excelente vídeo da professora Edineia Pereira:

vídeo Camafeus



Acessórios da pilcha: os relhos

 Texto mandado pela Viviane Lima:

TIPOS DE RELHOS


Instrumento para açoitar os animais, usado pelos campeiros, cavaleiros, estritamente é uma pulseira de couro chamado *FIEL*, que tem pendurado um cabo e na ponta um pedaço de couro que pode ser trançado, tira de couro sovado ou cru. Nos entreveiros de campanha também usado como arma.


*CHICOTE: * Tem o curto, cabo longo com uma talinha na ponta usado por militares e jóqueis (tala de carreira) e tem chicote longo, usado por tropeiros também chamado de Relhador. O Tero-tero ou quero quero é um pequeno chicote.


*REBENQUE:* Chicote com tala curta, alguns com cabos trabalhados. Chamam também de relho Soiteira, cuja palavra tem origem na palavra AÇOITE.

 Variação chamado Cola de Vaca, tem a tala dividida em vários tentos


*MANGO:* Relho pesado e grosso, cabo de madeira pode ser forrado ou coberto com trança e a tala açoiteira é uma tira de couro cru.


*MANGUEADOR:* É um cabo com uma argola na ponta, no qual se coloca um sovel do tamanho desejado.


*RABO DE TATU:* Relho grosso, tem como característica uma argola grande que prende o cabo com uma parte  flexível trançada e depois a tala uma tira de couro. Existe uma variação que chamam de Guacha.


**RELHADOR, ARREADOR OU ENCHIQUEIRADOR:  **Relho com cabo de madeira, com uma longa açoiteira, também chamado de chicote por muitos.


*CHIBATA:* Rebenque antigo, muito usado na época da escravidão, tinha três açoiteiras com bolas nas pontas, geralmente botões de couro.

Fonte:

Prof. Beraldo Figueiredo 


MÃO GAÚCHA – MANUAL DE ARTEFATOS FEITOS PELAS MÃOS DOS GAÚCHOS.

 Livro editado  pela Fundação Gaúcha do Trabalho – Renato Weber Siqueira e Fernando Jorge Uberti



segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Indumentária: a oficialização da pilcha como traje oficial no Estado.

 Aproveitando a lembrança do jornalista Cauê Nascimento, de que hoje é o aniversário da publicação da lei que regulamenta o uso da pilcha em cerimônias oficiais, publicamos : 

Autor da lei: deputado estadual Joaquim Moncks .
LEI Nº 8.813, DE 10 DE JANEIRO DE 1989.
Oficializa como traje de honra e de uso preferencial no Rio Grande do Sul, para ambos os sexos, a indumentária denominada "PILCHA GAÚCHA".
DEPUTADO ALGIR LORENZON, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.
Faço saber, em cumprimento ao disposto no § 5º do artigo 37 da Constituição do Estado, que a Assembléia Legislativa decretou e eu promulgo a seguinte Lei:
Art. 1º - É oficializado como traje de honra e de uso preferencial no Rio Grande do Sul, para ambos os sexos, a indumentária denominada "PILCHA GAÚCHA".
Parágrafo único - Será considerada "Pilcha Gaúcha" somente aquela que, com autenticidade, reproduza com elegância, a sobriedade da nossa indumentária histórica, conforme os ditames e as diretrizes traçadas pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho.
Art. 2º - A "Pilcha Gaúcha" poderá substituir o traje convencional em todos os atos oficiais, públicos ou privados, realizados no Rio Grande do Sul.
Art. 3º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO, em Porto Alegre, 10 de janeiro de 1989.


quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Ciclo Natalino: o Terno de Reis

 Nas cidades com colonização açoriana, durante o mês de dezembro até o dia 6 de janeiro ( dia dos Santos Reis), era tradição receber o Terno de Reis. Moradores da região ensaiavam com afinco a cantoria e iam visitar as famílias nas Estâncias e corredores. Chegavam na estrada cantando, pedindo licença para entrar e louvar o Menino Jesus no presépio montado pela familia anfitriã. Em troca, expressando sua hospitalidade, se ofereciam doces ou uma janta. O Terno então se despedia cantando, e ia visitar outra família. 

Veja esse lindo clipe produzido pelo excelente grupo " Chão de Areia", do nosso litoral afro- açoriano.

Clipe do Terno de Reis

E aqui, a live feita pelo Cultural do GPF Aldebarã com o Mário Tressoldi, maestro e componente do grupo Chão de Areia, sobre os ternos de reis do litoral ( 06 de janeiro de 2021)

Live Ternos de Reis








quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Danças Tradicionais: profa. Lilian Argentina Braga Marques

A professora Lilian Argentina foi uma pesquisadora das danças tradicionais gaúchas. Pessoa simples e simpática, não via dificuldades em ensinar quem a ela se dirigisse, compartilhando sua vasta cultura sobre as tradições gaúchas.
Neste ano, se ela estivesse viva, faria 100 anos em abril.
Quer conhecê-la um pouco melhor?
CLIQUE AQUI: 





Danças tradicionais: tio Belizário, pesquisador

 Colaboração: profe Laureana


O MESTRE DE DANÇAS TIO BELIZÁRIO


É um dos grandes informantes das nossas danças.

Estamos falando do Sr. Agostinho Manoel Serafim, conhecido como "Tio Belizário".


Tio Belizário nasceu em 1893, na localidade de São José-SC, sendo seus avós gaúchos, naturais de São Francisco de Paula (Fazenda dos Ausentes), atual São José dos Ausentes-RS. Com eles aprendeu diversas danças folclóricas. 


Passou a residir em Vacaria no ano de 1943, iniciando a transmissão do seu vasto repertório de danças, que aprendera com seus avós. 


Desenvolveu igualmente, a atividade artística de gaiteiro, havendo informes de contemporâneos de que era exímio executante, dominando " desde as primitivas gaitas de chaves de botões e dois baixos, até as últimas criações do gênero".


Tio Belizário foi convidado, por Sebastião Peixoto, para ensinar a invernada Artística do CTG Porteira do Rio Grande (Vacaria-RS). 


Dedicou mais de 50 anos de sua vida ensinando os catarinenses e rio-grandenses mais de 40 danças folclóricas, muitas das quais são apresentadas pelos Centros de Tradições Gaúchas até hoje.


Importante salientar a importância da contribuição de sua esposa Dona Iria, sempre presente nessa jornada, auxiliando nas suas instruções, lado a lado com o nosso mestre.


São alguns dos temas:


Bem-te-vi, Rilo, Xote Solado,Tirana Grande, Careca Caiu N' água. Chimarrita, Girassol, Alecrim, Serrote, Xote de Duas Damas, Maçanico, Ratoeira, Anú, Chimarrita Balão, Feliz Amor, Sarrabalho, Siscadinho, Tatu, Balaio, Xote Carreirinha de José Fragoso, José Gomes, Valsa das Cadenas, Chico Sapateado, Sapateio, entre outras.


Agostinho Manoel Serafim era recordado por todos que o conheceram, e mostrando seu espirito participativo, tornou-se um grande colaborador das escolas de Vacaria. 


Conforme depoimentos da Sra. Dalva Soldatelli e do Sr. Dorneles Kramer de Abreu tio Belizário ministrava suas aulas sem remuneração alguma.


A convite de Marciliano Rodrigues, membro da patronagem do CTG Tropeiros da Amizade, no qual situa-se na cidade de Santa Cruz do Sul-RS, Tio Belizário passou a ensinar danças para a invernada artística daquela entidade em 1959. E após no CTG Lanceiros de Santa Cruz.


"Agostinho Serafim, desde pequeno dedicou-se a cultuar a música, fato que o levou a estar junto com a fundação do CTG Porteira do Rio Grande, que tornou-se o primeiro acordeonista das danças folclóricas".


Podemos concluir que suas contribuições e informações foram sem dúvida muito importantes para o cenário tradicionalista.


Fonte:

-Acervo Tropeiros da Tradição.

-Acervo IGTF

-Obra "Porteira do Rio Grande CTG e sua História" de Luiz  Carlos Bossle da Costa.


Informações adicionais sobre o tema na obra BAILARES GAÚCHOS DE ANTANHO de José Moacir Gomes dos Santos e Rodrigo Gil Ribeiro em fase final de edição.


Conjunto Folclórico Tropeiros Da Tradição 67anos

29/06/1953


terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Indumentária: a capa gaúcha

 Um vídeo muito interessante sobre a Capa Gaúcha, peça de indumentária muito usada no início do século XX, servia para qualquer lida na chuva e no frio. 

Capa gaúcha



segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Ciclo Natalino - Natal das décadas de 1940/50


 Posto aqui um artigo escrito pela minha mãe, descrevendo o Natal da sua infância, em Montenegro/RS


NATAL DE MINHA INFÂNCIA

O Natal de minha infância era muito diferente do Natal de hoje.

Meus Irmãos e eu esperávamos, com grande ansiedade, a chegada no Natal. Sabíamos que neste dia se comemorava o nascimento de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade. Além disso, era a data em que recebíamos presentes.

Nossa árvore de Natal era geralmente um galho de araucária, que meu pai escolhia, para que mais se parecesse com uma árvore, pois não costumávamos arrancar araucárias para fazer o pinheirinho. Embaixo da árvore colocávamos o presépio, que era circulado por barbas de pau, que também eram usadas para fazer nossos ninhos, onde eram colocados os presentes. A árvore era enfeitada com bolinhas coloridas que eram de vidro, daí o cuidado que se tinha que ter, para que elas durassem diversos anos. Aos invés de luzinhas, tínhamos pequenos castiçais, com velas pequenas, coloridas, que eram acesas na noite de Natal. Os castiçais eram de lata e tinham no pezinho um prendedor, como se fosse um prendedor de roupa, para prender na árvore. O presépio era bem bonito. Além da Sagrada Família, tinha Anjos, Reis Magos, ovelhas, camelos...

 Minha mãe se esmerava na feitura de doces deliciosos e licores para o Natal. Dentre eles, não faltavam os famosos biscoitinhos, com variadas formas e enfeitados com confeitos de cores diversas. Aliás estes doces e licores eram também oferecidos aos ternos de Reis, que nos visitavam nessa época.

Na véspera de Natal, minha irmã, meu irmão e eu íamos cedo para a cama, na expectativa de que o dia chegasse mais depressa e que pudéssemos conferir o que havia nos nossos ninhos.

Normalmente, os ninhos continham alguns brinquedos como caminhãozinho para meu irmão e bonecas para mim para minha irmã e mais doces balas e os biscoitinhos que a mãe fazia. A medida que fomos crescendo, os brinquedos começaram a ser substituídos por roupas e calçados. As roupas, normalmente eram feitas por nossa mãe. De qualquer modo era uma alegria acordar no dia de Natal e ir procurar o que havia nos ninhos. Estes eram feitos de barba de pau, que se colhia no mato natural que havia perto de casa. 

Porém havia também o outro lado do Natal. Os pais normalmente ameaçavam as crianças   dizendo que  se não se comportaram ou  fossem mal na escola durante o ano, o Papai Noel deveria dar uma vara de marmelo no lugar de presentes. Não lembro de meus irmãos ou eu, termos ganho uma destas.

A infância daquela época, tinha uma vida mais simples, mas não menos feliz. Os brinquedos eram simples: jogo de bola, pião, amarelinha, pescaria na sanga, cantigas de roda, bambolê, ioiô, cinco marias, cabra cega, bolinhas de gude, esconde-esconde, bambolê, boneca de pano e uma infinidade de brincadeiras coletivas que faziam a alegria da criançada.

Natal era também o dia de brincar com os brinquedos novos.

Assim foi o meu Natal, dos meus irmãos e, com algumas variações, das crianças daqueles tempos.

Marina Lima Leal, com a colaboração da família.

  Dezembro de 2021

domingo, 2 de janeiro de 2022

Indumentária: diretrizes oficiais do MTG


Como primeiro item do nosso blog, um item muito, muito, mas muuuuuito importante: a indumentária correta, de acordo com as regras do MTG.

Já pensou? Estudar um monte para a prova escrita, ensaiar muito para o concurso artístico, preparar-se para a prova oral e ser descontado na indumentária?

Aqui neste link, diretamente do site do MTG, a diretriz oficial. Vale para todos os concursos, rodeios, competições, etc. 

DIRETRIZ DE INDUMENTÁRIA MTG

Chimarrão: queda do consumo durante a pandemia

 Crise, calor, mudança de hábitos: por que o consumo de chimarrão caiu 15% no RS Setor ligado a uma das principais tradições gaúchas sofre c...